ENÉAS CAVALCANTI DE ALBUQUERQUE, PREFEITO DE CEARA MIRIM NO PERÍODO DE 1947 A 1948
TEXTO ELABORADO
PELO ACADÊMICO DA ACLA EMMANUEL CRISTÓVÃO DE OLIVEIRA CAVALCANTI, NETO DO
HOMENAGEADO.
Enéas Cavalcanti de
Albuquerque nasceu no Engenho Pedregulho, no município de Ceará-Mirim, em 20 de
setembro de 1880 e faleceu em Natal, em 1º de maio de 1948. Era filho do casal
Dr. Ignácio Leopoldino Cavalcanti de Albuquerque (advogado, natural da cidade
de Itabaiana, Paraíba, formado em Direito pela histórica Faculdade de Direito
de Olinda, Pernambuco) e de Ignácia Maria de Loyolla (natural da província de
Catalúnia, na Espanha).
Muito cedo Enéas ficou órfão de seu pai Ignácio, que faleceu aos 33 anos de
idade, deixando uma prole de 8 filhos menores, razão porque como um dos irmãos
mais velhos, passou a se dedicar mais cedo às atividades da agro-indústria do
açúcar, para ajudar a sua mãe Ignácia a criar os irmãos menores, que ficaram na
orfandade.
Já como adulto, passou a ser proprietário dos Engenhos Capela e Jaçanã, seu
predileto, onde na sua Casa Grande criou 12 filhos, um sobrinho e um cunhado.
Seu irmão, Hermínio Leopoldino Cavalcanti de Albuquerque, foi durante muito
tempo o proprietário do belo Engenho Nascença, conhecido pela sua esplêndida
fonte natural, nascedoura do Rio Água Azul, que corre com suas águas límpidas
em todo o Vale do Ceará-Mirim. Este engenho foi vendido, posteriormente, ao Dr.
Roberto Varela.
Euclides Cavalcanti de Albuquerque, seu irmão mais novo, foi o proprietário do
Engenho Santa Rita, onde se fabricava a mais adocicada e gostosa rapadura do
Vale. Tal Engenho foi vendido ao sr. Ruy Antunes Pereira, tradicional senhor de
Engenho no Ceará-Mirim.
Como pode se verificar, Enéas Cavalcanti fez parte de uma família, a Cavalcanti
de Albuquerque, cheia de “Senhores de Engenho” do antigo Ceará-Mirim, de um
passado distante, que formavam a chamada aristocracia rural do Vale.
Por outro lado, foi o mais influente dos irmãos, na vida do Ceará-Mirim, onde
exerceu a função de Juiz de Paz e de Prefeito Municipal, bem como uma liderança
nata e uma administração dinâmica e realizadora, numa época em que os
municípios não recebiam recursos estaduais, nem federais, gerindo administrativamente,
tão somente os recursos arrecadados no âmbito do município, sem os propalados
“Fundos de Participação” de hoje.
Exaltava-se a sua capacidade de aglutinar pessoas, de fazer amizades e o seu
grande poder de comunicação. Expressava-se com facilidade e argumentava com boa
lógica. Razoável orador nos atos públicos e nos comícios partidários, como
presidente do então Partido Social Democrático.
De olhar penetrante e altivez, possuía uma austeridade, sem imposições ou
superioridade estudada. Sua liderança surgia sem encenação ou preocupações de
evidências, liderança que se estendia a quantos que com ele privaram, dos mais
humildes, aos de nível social alto, mormente quando reunidos para uma
apreciação de fundo Político-Comunitário.
Seu mundo girava em torno do velho Engenho Jaçanã, encanto de sua vida de
Agro-pecuarista. Refúgio de suas emoções, divididas com a imensa e feliz
família de 12 filhos, que o cercou e o admirou até o seu último momento.
Ele é o exemplo, uma alegria, uma saudade e um estímulo ao comportamento probo,
a solidariedade humana e o amor à vida.
Sua paixão pelo Ceará-Mirim se manifestava com tudo que se relacionava com a
terra querida.
Faleceu em 1º de maio de 1948, em decorrência de um choque anafilático, em
Natal, em pleno exercício do mandado de Prefeito Municipal de Ceará-Mirim.
Eram seus 12 filhos: Eulália, Leovegildo, Orminda, Edson, Teodolina, Bernadete,
Margarida, Inácio (Patrono da ACLA), Conceição, Estela, Frassinete e Zélia –
todos Cavalcanti de Albuquerque
Pedro Higo Do
Nascimento, Luzimar Freire e outras 2 pessoas curtiram isso.
FONTE - SITE ACADEMIA CEARÁ-MIRINENSE DE LETRAS E ARTES “PEDRO SIMÕES NETO”